Factbox: Egito mantém a antiga Irmandade Muçulmana fora da política
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Um membro da Irmandade Muçulmana grita solgans em frente à tropa de choque durante uma manifestação protestando contra a decisão do governo de transferir duas ilhas do Mar Vermelho para a Arábia Saudita, em frente ao Sindicato da Imprensa no Cairo, Egito, 15 de abril de 2016. REUTERS/Amr Abdallah Dalsh
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29 de julho (Reuters) – Após anos de ampla repressão à dissidência, o Egito deve iniciar um diálogo político, mas a outrora poderosa e agora proibida Irmandade Muçulmana está excluída.
Há muito visto como o movimento islâmico mais influente do Oriente Médio, a Irmandade subiu ao poder na primeira eleição livre moderna do Egito em 2012, um ano depois que o veterano presidente Hosni Mubarak foi derrubado em uma revolta popular.
Mas o sucesso da Irmandade, que se seguiu a décadas de confronto com seu antigo adversário, o Estado, durou pouco.
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Em 2013, Abdel Fattah al-Sisi, então chefe das Forças Armadas e agora presidente, removeu do poder Mohamed Mursi, da Irmandade, após protestos em massa contra seu governo.
O Egito então lançou sua repressão mais feroz contra o grupo, proferindo sentenças de morte ou longas penas de prisão para seus líderes e levando seus membros à clandestinidade ou ao exterior.
As forças de segurança mataram a tiros centenas de apoiadores da Irmandade em um acampamento de protesto no Cairo em 2013. Pelo menos 817 pessoas foram mortas e provavelmente mais de 1.000 quando as forças de segurança atacaram o acampamento usando escavadeiras, atiradores de elite, polícia e forças terrestres, de acordo com a Human Rights Watch relatório.
Cairo defendeu suas ações, dizendo que deu aos manifestantes a oportunidade de sair pacificamente e que elementos armados dentro da Irmandade iniciaram a violência.
Apesar de décadas de repressão, a Irmandade desenvolveu uma extensa e bem organizada rede de ativistas comprometidos e ganhou apoio público através do trabalho de caridade de seus membros profissionais. Eles também foram influentes em organizações profissionais, como os sindicatos de médicos e advogados.
Aqui estão alguns fatos sobre a Irmandade Muçulmana.
* ORIGENS:
– O professor Hassan al-Banna fundou a Irmandade na cidade de Ismailia no Canal de Suez em 1928, em parte em resposta à ocupação britânica do Egito. Foi um dos primeiros e mais bem sucedidos movimentos defendendo o Islã como um programa político em um contexto moderno.
– Em 20 anos, o movimento cresceu para mais de 500.000 membros, com filiais em outros países árabes.
– A Irmandade disse que está comprometida em trazer mudanças políticas no Egito por meios não violentos e democráticos.
* BANIDO:
– A Irmandade foi banida em 1954 depois que o governo da época acusou o grupo de tentar assassinar o presidente Gamal Abdel Nasser, acusação que a Irmandade sempre negou.
– Um longo período de repressão começou a diminuir sob o presidente Anwar Sadat na década de 1970. Embora tenha permanecido banida sob Mubarak, a Irmandade operava abertamente dentro de limites que variavam de acordo com o capricho das autoridades.
– O governo de Mubarak negou à Irmandade o direito de formar um partido político, argumentando que a constituição, que o governo escreveu, proibia partidos religiosos.
– Sisi classificou a Irmandade como um grupo terrorista e disse que representa uma ameaça existencial ao Egito, uma alegação que nega. A Irmandade diz que está comprometida com o ativismo pacífico.
FONTE DE TENSÃO REGIONAL:
– Estados árabes do Golfo A Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos veem a Irmandade como uma ameaça ao seu sistema dinástico de governo. Ambos o declararam um grupo terrorista.
– No entanto, o Estado do Golfo, Qatar, apoiou o grupo e recebeu figuras proeminentes da Irmandade. O Partido AK, de raízes islâmicas, do presidente turco Tayyip Erdogan apoiou o governo de Mursi. O apoio da Turquia e do Catar ao grupo prejudicou as relações com a Arábia Saudita.
– Em 2019, o presidente dos EUA, Donald Trump, trabalhou para designar o grupo como uma organização terrorista, mas isso nunca aconteceu.
– Uma revisão do governo britânico de 2015 disse que o grupo não estava “vinculado a atividades relacionadas a terrorismo dentro e contra o Reino Unido”. No Oriente Médio, viu uma “relação complexa e situacional, em uma região onde a violência política era e é comum”.
Ele disse que o grupo historicamente “se envolveu politicamente sempre que possível. Mas eles também usaram seletivamente a violência e às vezes o terror em busca de seus objetivos institucionais”.
– Muitos partidos políticos e grupos de campanha no Oriente Médio e em outros lugares têm suas raízes na Irmandade. O grupo militante Hamas, por exemplo, foi fundado como o ramo palestino da Irmandade. O movimento é proibido na Síria, onde ajudou a fomentar uma revolta armada em 1982.
* ELEIÇÕES:
– O grupo participou de eleições parlamentares no Egito na década de 1980, mas boicotou a votação em 1990, quando se juntou à maioria da oposição do país em protesto contra as restrições eleitorais. A Irmandade contornou a proibição de suas atividades apresentando candidatos nas eleições como independentes.
– A Irmandade ganhou 17 assentos nas eleições parlamentares de 2000 e, em seguida, conquistou 20 por cento dos assentos na assembléia de 454 assentos em 2005, tornando-se o maior bloco de oposição, apesar da manipulação generalizada na votação.
– A Irmandade boicotou a eleição de 2010, que a oposição denunciou como fraudada. Esses abusos alimentaram a raiva que levou a protestos em 2011 que derrubaram Mubarak e seu governo.
* REPRESSÃO E REVOLTA:
– Enquanto a Irmandade foi capaz de funcionar sob Mubarak, também foi alvo de repressão. A polícia rotineiramente prendia membros da Irmandade, incluindo líderes seniores, e os mantinha indefinidamente sem acusação.
– O medo de que a segurança interna de Mubarak pudesse desferir um golpe esmagador levou o grupo a ficar em segundo plano na revolta contra Mubarak. Essa revolta foi em grande parte impulsionada por ativistas que colocam o orgulho nacional antes da religião.
– Foi somente mais tarde na revolta de 18 dias que a Irmandade saiu em total apoio, embora o grupo tenha dito que alguns membros da Irmandade participaram de forma independente durante os protestos.
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Escrita por Michael Georgy Edição por Mark Heinrich
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