MERCADOS EMERGENTES-Câmbios latino-americanos caem como firmas do dólar; Brasil de olho na política
Por Susan Mathew 5 Dez (Reuters) – As moedas latino-americanas caíram nesta segunda-feira, com o peso do México caindo quase 2%, tendo desempenho inferior aos pares de mercados emergentes com o dólar se firmando, enquanto os investidores também ficaram de olho nos desdobramentos políticos no Brasil. O dólar se firmou após quedas recentes, depois que dados mostraram que a atividade da indústria de serviços dos EUA se recuperou inesperadamente em novembro, com a recuperação do emprego, oferecendo mais evidências de impulso subjacente na economia. Com as ações dos EUA caindo à medida que os dados sustentavam o argumento de que o Federal Reserve dos EUA permaneceria hawkish, as ações da América Latina seguiram o exemplo. O peso do México estendeu as quedas depois de perder cerca de 0,3% na semana passada, de olho na inflação de novembro no final da semana. O peso da Colômbia caiu, recuando ainda mais em relação à máxima de mais de dois meses atingida na semana passada. Os investidores também estarão atentos às reuniões de política do banco central no Chile, Peru e Brasil esta semana. “Esperamos que a taxa básica de juros Selic (do Brasil) seja mantida em 13,75% até setembro de 2023, reconhecendo que o risco de manter a taxa nesse nível aumentou com o recente aumento da incerteza fiscal”, disseram economistas do Credit Suisse. “Por enquanto, esperamos uma taxa Selic de 11,50% no final de 2023.” O real do Brasil perdeu 0,7% depois de saltar 3,7% na semana passada. Todos os olhos estão voltados para o presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e sua equipe de transição, enquanto os investidores aguardam mais clareza sobre a composição de seu gabinete, especialmente o ministro da economia, e as prováveis políticas fiscais. “Quem quer que assuma o comando (do Ministério da Economia) terá muito em seu prato, incluindo a questão não respondida de quão grande será a expansão fiscal em 2023”, disseram os economistas do JPMorgan. “Continuamos acreditando que uma versão diluída, aumentando os gastos em 1,2% do PIB, se materializará, mas reconhecemos que a assimetria tende a aumentar os gastos.” “Tal alternativa derrubaria cenários mais arriscados, mas ainda aponta para um caminho desafiador para a dívida pública no longo prazo”, disseram. Na Colômbia, os preços ao consumidor subiram 0,77% em novembro, mostraram dados oficiais na segunda-feira, levando o crescimento acumulado em 12 meses para 12,53%, mais de quatro vezes a meta do banco central. Enquanto isso, o Fundo Monetário Internacional disse mais tarde na sexta-feira que chegou a um acordo com as autoridades argentinas em uma terceira revisão sob seu Acordo de Facilidade de Fundo Estendido, que poderia dar ao país sul-americano acesso a cerca de US$ 6 bilhões. Principais índices de ações e moedas latino-americanas: Índices de ações Última variação % diária MSCI Emerging Markets 983,51 0,99 MSCI LatAm 2186,20 -1,76 Brasil Bovespa 110141,15 -1,59 México IPC 51079,87 -0,3 Chile IPSA 5275,17 -0,29 Argentina MerVal 169132,61 -0,3 Chile IPSA 5275,17 -0,29 Argentina MerVal 169132,61 -0,5132,61 Colômbia -0,329 Moedas 26 CO1320,20 Última variação diária % Real do Brasil 5,2516 -0,74 Peso do México 19,7960 -2,13 Peso do Chile 883,7 -0,20 Peso da Colômbia 4803,1 -0,72 Sol do Peru 3,845 -0,50 Peso da Argentina 169,1200 -0,61 (interbancário) (Reportagem de Susan Mathew em Bengaluru; Edição de Jan Harvey)