Novo programa investiga a política da vadiagem


Quem vadia em parques ensolarados, vai a bares baratos ou toma chá sob os viadutos? Um novo espetáculo teatral-poético na cidade investiga a natureza de gênero dos espaços públicos.

‘Viver. Ame. Pão.’ do poeta-escritor teatral Nupur Saraswat é um comentário sobre os contratos tácitos e não escritos que governam quando as mulheres saem, onde e por que garantir sua segurança. “Coloque um casaco quando estiver no táxi”, dá um exemplo o artista índio-cingapuriano, atualmente radicado em Bangalore.

Alguns entram tacitamente em um “contrato de vigilância”, compartilhando coordenadas de GPS com a família ou encontrando conforto em câmeras de CFTV, acrescenta ela.

Como resultado, as mulheres, sem saber, abrem mão de seu direito de “se divertir”, “explorar” e “viver uma vida plena”. Suas saídas são orientadas por um propósito, para ir trabalhar, conhecer alguém ou viajar, diz ela. “Tenho 27 anos e contive (tantos desejos) porque estava cuidando da minha segurança”, admite Nupur.

O espetáculo, que faz uso de performance teatral, poesia falada, movimento, entrevistas gravadas e suas experiências como viajante solo, durou cinco anos.

Em 2017, Nupur foi impedida de entrar em um hotel que ela havia reservado online, supostamente porque sua política proibia “mulheres solteiras”. Seu pedido de ajuda se tornou viral. Ela iniciou uma petição online contra as políticas sexistas, que, segundo ela, fizeram com que as plataformas de hotéis e passagens aceitassem viajantes individuais sem discriminação.

O show não é tanto uma tentativa de recuperar os espaços públicos para comunidades que atravessam gênero e classe, mas sim reconhecer o problema. “Quero que o público observe a demografia das pessoas que se demoram”, ela termina.

* Em vários locais nos dias 5, 6, 7 e 17 de agosto. Detalhes em @nupur_speaks no Instagram.



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